domingo, 30 de setembro de 2012

Fragmentos


Fragmentos espalhados
Por todo canto do quarto
Frases e letras escorrendo
Vazando do peito

Metades de escritos
Quase frases
Meia coragem
Afeto inteiro

Metralho folhas de papel
De maneira tão intensa
Que pontos e vírgulas
Não entem a razão de existir

São escritos frustrados
Por não conseguirem dimensionar
O sentido das coisas
Do sentir

Talvez eu devesse gritar...

Textos abandonados
Que se agrupados
Se alinhadas, palavras por palavras
Ia se até a lua
Voltava.

Poemas sem pé, nem cabeça
Ou braço
Por dó, algumas vezes
Os entrelaço

E se não entendes
Como algo começa de um modo
E termina de outro
Pouco sabes da vida

Não existe razão em nada...

O coração só bombeia
Entope...
As pernas, bambeiam
Galope...
O cérebro, balbuciar de terminações nervosas
Esquizóide...

De onde vem então?
O que tira o chão
Aperta peito e coração
"Coração", coisa brega!

De onde vem o que me faz perder?
Perder a direção
Explico:
Vem de algum orgão sem explicação

Provavelmente do baço
Pra que serve o baço?
Ora, pra guardar a paixão!
"Paixão", palavra brega!

Ja ouvi caso
De perda de amor
Junto com o baço
O meu, anda inchado!

sábado, 22 de setembro de 2012

Passarela




Subo os degrais..
Subo os degrau?
Subo os degraus...
Subo as escadas da passarela

Bela rotina essa
Passarela
Passa ela
Por mim

Entre placas
Buzinas
Entre Rio
Itaipava

Na reta
Sentidos opostos
Olhares se cruzam
Breve momento

Motores roncam
Abaixo de nossos pés
Há sono ate ela
Há sonho até ela

O sol da manhã
Em seu cabelo dourado
Vento no pano do vestido
Fones de ouvido

Corre o dia
Acelera o peito
Segura o passo
Solta o corrimão

Depois dela
Passarela
Minha visão
Só aço frio e retorcido.