Com alguma relutância ela aceitou deitar em seu colo.
Deitada, olhando pelo vidro do carro, falou sobre galáxias distantes, teorias
de conspiração, borboletas, amores impossíveis. Tinha as mãos apoiadas na testa
com as palmas viradas para cima, um gesto inconsciente de quem grita por
dentro.
Ele se perguntava se aquele amor era possível. Se perguntava
se estariam por ali na semana seguinte. No final das contas, não preocupou
muito com o relógio. Sabia, que aquele era o único lugar em que queria estar.
Mergulhado em seus olhos.
Se encararam, se analisaram. Analisaram se aquilo seria
possível. Se estariam ali na próxima semana. No final das contas, não se
preocuparam com o relógio. O silencio falou por um minuto. Os sentidos falaram
por um minuto.
-Você tem cheiro de baunilha.
-Você tem cheiro de ração de gato.
-What kind
of bird are you?
-I´m a
raven