terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Um Filme de Wes Anderson




Com alguma relutância ela aceitou deitar em seu colo. Deitada, olhando pelo vidro do carro, falou sobre galáxias distantes, teorias de conspiração, borboletas, amores impossíveis. Tinha as mãos apoiadas na testa com as palmas viradas para cima, um gesto inconsciente de quem grita por dentro.
Ele se perguntava se aquele amor era possível. Se perguntava se estariam por ali na semana seguinte. No final das contas, não preocupou muito com o relógio. Sabia, que aquele era o único lugar em que queria estar. Mergulhado em seus olhos.
Se encararam, se analisaram. Analisaram se aquilo seria possível. Se estariam ali na próxima semana. No final das contas, não se preocuparam com o relógio. O silencio falou por um minuto. Os sentidos falaram por um minuto.


-Você tem cheiro de baunilha.
-Você tem cheiro de ração de gato.




-What kind of bird are you?
-I´m a raven