sábado, 3 de novembro de 2012

Carta ao Suicida



Deixe essa ideia martelar na tua cabeça
Essas vozes
Tua conciência
As buzinas

Tuas pernas cansadas
Descanse
Teu olhar fundo
Mergulhe

Subir escadas é subir na vida
Pular dai
O fim dela
De tudo

Ponteiros e pontadas
Filas e números
Dor nas costas
Chaga, na alma

O trânsito tem pressa
As pessoas na passarela
Precisam chegar em casa
Assistir a novela

Sapatos estacionados
Um pescoço esticado
E uma conclusão:
"Ah, mais um?"

Você não precisa de conselho
Dinheiro ou perdão
É que... passou, como um vento frio
Um vazio, e é hora de misturar-se ao chão

Ser noticia de meio minuto na televisão
Conversa de botequim
Entre cachaça, média e mordida de pão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário