terça-feira, 29 de junho de 2010

Na praça

Era um triste e solitário banquinho de praça
Suas cores pálidas e desbotadas nem de longe lembravam
Que um dia ele foi belo e colorido.
Hoje, descascado e feio
Seus parafusos enferrujados.
Aquele banquinho num canto escuro da praça.
Sonhava, sonhava o banquinho.
Sonhava o dia em que certa menina de olhos de jabuticabas
Sentaria nele e descansaria suas volumosas pernas
Depositaria sobre o banco sua bolsa de menina
E pelo peso da bolsa o velho banquinho tentaria descobrir o que
Ela carregava ali dentro, dentro da bolsa, dentro dela mesma.
Apaixonado o banquinho...
Esperava todo o dia, quando pela tardinha, passava a moça
Sempre apressada!
Esperava o banquinho, sol e chuva.
O vento carregava e devolvia todas as folhas da velha praça
E continuava lá o banquinho, solitário, esperando seu amor.

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